26 de jul. de 2017

90 anos da Assembleia de Deus na cidade de São Paulo, 1927 - 2017, conheça um resumo desta história

Em 15 de novembro completam-se 90 anos que Daniel Berg fundou na grande metrópole a vigorosa Assembleia de Deus

Logomarca Oficial dos 90 anos da Assembleia de Deus na
Cidade de São Paulo (SP)

Neste ano, as Assembleias de Deus completam 90 anos de fundação na capital paulista pelo missionário sueco Daniel Berg. O pequeno e humilde trabalho floresceu e multiplicou por todas as partes da cidade alcançando também outras regiões do Estado, tornando o atual Ministério das Assembleias de Deus do Belém num dos maiores do país.

Nesta matéria você conhece a logomarca alusiva aos noventa anos e em breve será anunciada pela Igreja uma programação especial para comemorar a data.

Conheça um pouco da História:

A pregação pentecostal chega ao Estado de São Paulo

Em 1923 o missionário Gunnar Vingren visitou a capital paulista pela primeira vez, retornando de uma viagem ao Estado de Santa Catarina. Nessa visita a capital, Vingren pregou na Congregação Cristã no Brasil e ali conheceu Emílio Conde que, na época, pertencia àquela denominação. Vingren fez uma segunda visita à capital paulista em agosto de 1926. Dessa vez ele foi acompanhado pelos missionários Samuel Nyström, Nels Julius Nelson, Simon Lundgren, e do secretário da Missão Livre Sueca (Svenska Fria Missionen), Dr. A. P. Franklin.

O missionário Samuel Hedlund escreveu, em 1934, na edição sueca do livro Despertamento apostólico no Brasil que, no ano de 1923, “alguns crentes em Pernambuco resolveram se mudar para a cidade de Santos, no Estado de São Paulo, por causa da crise econômica no Norte, para procurarem trabalho. Depois da sua chegada, começaram, cheios de agradecimento pela direção de Deus, a testificar da Salvação e muitos ficaram interessados. Pela direção do Espírito Santo, o irmão Daniel Berg e família vieram a Santos em 1924. Começaram com cultos públicos e Deus abençoou a sua obra, salvando, batizando com o Espírito Santo e curando os enfermos”.

O início da Assembleia de Deus na capital

Na capital São Paulo, a Assembleia de Deus teve início com a chegada do missionário Daniel Berg e esposa, em 15 de novembro de 1927, com o objetivo de anunciar as Boas Novas na metrópole paulista, como já havia feito em outras cidades e Estados.

Ao chegar à grande cidade industrial, Daniel Berg não conhecia ninguém, nem trazia o endereço de qualquer pessoa. Estava tão-somente escudado e confiante na direção divina. Trazia pouco dinheiro, razão por que resolveu alugar uma casa em um dos lugares mais humildes da cidade, o bairro de Vila Carrão, naquela época quase totalmente despovoado. O primeiro culto teria ocorrido no mesmo dia da chegada do casal Berg, 15 de novembro de 1927, cujo acontecimento ficou marcado na história como sendo a data oficial da fundação da igreja. Para participarem desse culto, convidaram o casal de missionários suecos Simon e Linnéa Lundgren.

Os cultos prosseguiram. Eles deixavam a porta aberta e se limitavam a cantar e orar, acompanhados do bandolim do missionário Daniel Berg. Orando muito, prosseguiram os dois com as reuniões. Mas não as anunciavam publicamente. Entretanto, aos poucos, a vizinhança passou a tomar conhecimento dos cultos, dos quais o casal Lundgren, periodicamente, participava.

No dia 4 de março de 1928 foi efetuado o batismo dos três primeiros novos convertidos.

Com o aumento do número dessas pessoas, não foi mais possível reuni-los na pequena sala. Portanto, era necessário alugar-se um salão para os cultos. Com muito esforço, a igreja alugou um salão na Avenida Celso Garcia 1.209, onde funcionou a primeira sede.

Até localizar-se no seu mais famoso endereço, Rua Conselheiro Cotegipe 273, no bairro do Belém, a sede da Assembleia de Deus na capital paulista, passou do Nº 1.209 na Avenida Celso Garcia, para o Nº 946-A na mesma avenida, depois para a Rua Dr. Cândido do Vale 41. Em seguida vieram as sedes na Rua Vilela 59, no Tatuapé; Rua Chavantes 3-A, Brás; Rua Cruz Branca 35; Rua Antonio de Alcântara Machado 616, Quarta Parada, Belém, onde a igreja passou a ser chamada de Ministério do Belém.

A ordem cronológica de valorosos obreiros na presidência da Assembleia de Deus da cidade de São Paulo, cuja liderança eclesiástica se estendeu por toda a capital paulista, interior do Estado e Estados do Centro-Oeste do país, transcorreu assim:

1º - Daniel Berg (1927-1930);
2º - Samuel Nyström (1930-1932);
3º - Samuel Hedlund (1932-1935);
4º - Simon Lundgren (1935-1938);
5º - Sylvio Brito (1938);
6º - Francisco Gonzaga da Silva (1938-1939);
7º - Bruno Skolimovski (1939-1946);
8º - Cícero Canuto de Lima (1946-1980) até José Wellington Bezerra da Costa, que assumindo a direção da Igreja em 1980, tornou-se seu 9º pastor presidente.

Quando José Wellington assumiu, a igreja estava presente em todos os bairros de São Paulo, tendo aproximadamente 500 congregações com 70 mil membros distribuídos em áreas administrativas e eclesiásticas chamadas de setores e tendo um pastor setorial. Os principais setores na época eram São Miguel Paulista, Lapa, Osasco, Tucuruvi, Indianópolis, Barueri, Carapicuiba, Cidade Ademar e Casa Verde. A expansão da igreja no interior se fazia sentir em quase todos os 535 municípios do Estado, na época, cujos crentes se contavam aos milhares. Atualmente, os batismos ocorrem a cada dois meses com milhares de candidatos de igrejas da capital e da grande São Paulo.

A estrutura eclesiástica do Ministério do Belém está organizada em setores na Grande São Paulo e, em campos, no Interior do Estado. É um sistema congregacional por meio do qual é mantido um vínculo forte entre as congregações e a igreja-sede. Foi implantado no Belém bem antes da gestão de José Wellington. Ele deu continuidade e o ampliou. Cada setor tem uma congregação-sede e um pastor responsável. Por sua vez, trabalham nos setores outros pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos, mas todos ligados à sede.

O Ministério do Belém tem crescido grandemente, em 1983, a igreja contava com cerca de 80 mil membros e 564 congregações e, tinha um quadro de aproximadamente 1.300 obreiros. Os números da atualidade somam mais de 500 mil crentes na Grande São Paulo, totalizando-se membros e congregados, distribuídos em 2.500 congregações e organizadas em 86 setores. Ha congregações na capital cujos templos são maiores que a igreja-sede na Rua Conselheiro Cotegipe.

A estrutura do grande Ministério do Belém é composta pela sua diretoria, setores eclesiásticos e departamentos. Na diretoria, José Wellington tem ao seu lado um vice-presidente, três secretários e dois tesoureiros. O Ministério tem um quadro de funcionários com quase duzentas pessoas. A diretoria do Ministério é composta pelos pastores José Wellington (presidente), José Wellington Junior (vice-presidente), José Pereira da Silva (1º secretário), José Prado Veiga (2º secretário), Paulo Rodrigues de Morais (3º secretário), José Amaro da Silva (1º tesoureiro) e José Roberto Freitas Pedro (2º tesoureiro).

Fontes:
VINGREN, Ivar. Despertamento apostólico no Brasil. Rio de Janeiro, CPAD, 1987, 1ª edição, p. 91-95.
CONDE, Emílio. História das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro, CPAD, 1960, 1ª edição, 263-270.
COHEN, Eliézer. História da Igreja Assembleia de Deus no Estado de São Paulo. São Paulo, s.e., 1991, p. 61.
José Wellington Bezerra da Costa (Book). Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 63-Isael de Araujo, Pastor, historiador e escritor, chefe do Centro de Estudos do Movimento Pentecostal (Cemp), mantido pela CPAD.