Um dos momentos mais marcantes na vida
terrena de Jesus foi o seu batismo. Sua importância dá-se pelo fato de este
evento ser registrado pelos quatro evangelistas.
Para constituir o seu povo na Terra, o
Senhor Jesus estabeleceu a Igreja, o seu corpo místico (Ef 1.22,23), e o sinal
visível de ingresso e identificação do novo crente na igreja local é a sua
obediência às ordenanças de Jesus à igreja: o batismo em águas e a Santa Ceia
(Mc 16.15,16; At 2.38,39,41,42; Rm 6.3,4). Veremos o que é o batismo nas águas?
Por que o fazemos? Como deve ser ministrado, quando e para quem?
I - O QUE É BATISMO
Um dos momentos mais marcantes na vida
terrena de Jesus foi o seu batismo. Sua importância dá-se pelo fato de este
evento ser registrado pelos quatro evangelistas (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc
3.21,22; Jo 1.32-34). Além disso, o batismo de Jesus revela-nos sua filiação
com o Pai.
1.1 Sentido literal. Na língua original
do NT, o grego, a palavra batismo “baptizo” significa: “imergir, mergulhar,
afundar, colocar para dentro de”. Vários textos do NT mostram que o batismo era
efetuado em águas abundantes de rios, lagos ou mares, ou em algum outro local
com água suficiente para mergulhar completamente a pessoa que desejasse ser
batizada (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34; 3.23; At 2.41; At
8.36-39; 9.18). Podemos citar quando Paulo batizou o carcereiro (At 16.33).
1.2 O sentido litúrgico. O NT estabelece
apenas duas ordenanças que, embora não salvem, testemunham de forma visível da
graciosa salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Essas ordenanças são também
símbolos que expressam a nossa fé e comunhão com Cristo, a saber: o batismo em
águas por imersão e a Santa Ceia. Essas duas instituições são chamadas pela
igreja de ordenanças, porque foram ordenadas por Jesus (Mt 28.19; 26.26-28; Mc
16.16; Mc 16.20; At 2.41; 8.12,13,36-39; 10.47). O batismo em águas como um ato
litúrgico representa os símbolos que expressam a nossa fé e comunhão com Cristo
(Cl 2.12; Rm 6.4).
II - O BATISMO POR IMERSÃO E SUA
IMPORTÂNCIA BÍBLICA
O batismo em águas é na verdade um ato
de obediência ao comando de: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado...” (At 2.38). No entanto, o batismo em água por imersão é um
testemunho público da nova vida em Cristo assumida pelo batizando.
2.1 A forma do batismo. Ao tratar do
batismo, a Bíblia é incisiva ao demonstrar que somente o convertido deve ser
imerso totalmente na água (At 8.36,38) como um sinal físico e visível de sua fé
e arrependimento (Jo 3.23). A linguagem bíblica empregada na simbologia do
batismo implica imersão total (Rm 6.4; Cl 2.12). Paulo compara o batismo a um
sepultamento (Cl 2.12, Rm 6.3-6), não sepultamos um corpo atirando apenas uma
pá de terra.
2.2 A autoridade e a fórmula do batismo.
Muitos não percebem estes dois fatos da doutrina do batismo e trabalham de
forma errada. a) Autoridade. A ordem divina para batizar, bem como a fórmula do
batismo, temo-as a partir de Mateus 28.19: “Batizando-as em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo”. “Em nome” fala-nos do direito concedido por Jesus
aos seus ministros para efetuarem o batismo de acordo com a ordenança divina
(At 2.38; 8.16; 10.48; 19.5). b) A
fórmula. Ainda em Mateus 28.19, encontramos a fórmula do batismo na expressão:
“do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, pois a salvação procede do Pai que a
planejou; do Filho, que a consumou; e do Espírito Santo que a efetuou.
III - JESUS E O BATISMO EM ÁGUAS
Se o batismo era uma confissão pública
de arrependimento de pecados, e o Senhor Jesus não tinha pecados para
confessar, é de se deduzir que Ele não precisava se batizar. Eis aí a razão
pela qual João quis se recusar (Jo 1.14). Por qual razão, então, Jesus se
submeteu ao batismo em águas? Vejamos:
3.1. Para cumprir toda a justiça. Como
Jesus viera sob a Lei (Gl 4.4), teria de dar exemplo de plena obediência à Lei
diante da nação israelita. Por esta razão, Ele foi circuncidado (Lc 2.21); foi
apresentado no Templo e consagrado ao Senhor (Lc 2.22,23); aos doze anos, foi à
Jerusalém para participar da Páscoa (Lc 2.41,42), e também se submeteu ao
batismo em águas (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34).
3.2 Para se identificar com os
pecadores. Embora Jesus não precisasse do arrependimento de pecado (1Pe 2.24),
foi batizado como nosso representante, assim também como nosso representante
seria crucificado (Lc 3.21; 2 Co 5.21). O batismo ilustra a identificação do
crente com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus (Rm 6.3-4). A ação de
ser imerso em águas retrata sendo sepultado com Cristo. A ação de sair da água
retrata a ressurreição de Cristo.
3.3. Para confirmar e anunciar seu
ministério. Assim como o batismo representa o fim de uma velha para uma nova
vida, o batismo de Jesus também representa o fim de uma vida normal de um
simples carpinteiro (Mt 13.55; Mc 6.3), para tornar-se um homem público, e dar
início ao seu ministério, com uma missão específica, sob o poder do Espírito
Santo (Mt 4.23; 9.35). Ao ser batizado por João, Jesus queria endossar também o
ministério de João (Mt 21.25).
IV O BATISMO NA VIDA DA IGREJA
O batismo em águas não é (como alguns
acreditam) um pré-requisito para salvação, pois batismo não salva ninguém.
Jesus disse que quem crer (e for batizado por crer) será salvo e quem não crer
será condenado; notemos que ele não disse “quem não for batizado será
condenado”, mas sim “quem não crer”. O batismo segue a fé que nos leva à
salvação, mas ele em si não é um meio de salvação. Que o diga aquele ladrão que
foi crucificado com Cristo e a quem Jesus disse que estaria com ele ainda
aquele dia no paraíso (Lc 23.39 a 43); ele somente creu e nem pôde ser
batizado, mas não deixou de ser salvo por isto. O batismo, portanto, não salva,
mas nem por isso deixa de ser importante e necessário. Podemos dizer que o
batismo é parte do processo de salvação, mas não que ele em si salve (1Pe
3.21).
4.1 A prática do batismo no início da
igreja. O dia de Pentecostes, com o derramamento inicial do Espírito Santo na
vida dos discípulos de Jesus, assinalou também a inauguração da Igreja quando,
naquele mesmo dia, foram batizadas quase três mil pessoas que se agregaram a
igreja (At 2.37-41). No entanto, o batismo em águas não é pré-requisito para
receber o batismo com o Espírito Santo. Na casa de Cornélio, toda a sua família
foi cheia do Espírito Santo e falou em outras línguas e, a seguir, foi batizada
em água (At 10.44-48). Naturalmente, uma pessoa que aceita a Cristo como seu
Salvador e Senhor não deve ficar alheia à vida da igreja e ao batismo em água
(At 2.41).
4.2 As realidades espirituais figuradas
no batismo. O batismo em águas é uma identificação pública do crente com
Cristo, o seu Salvador, em que: a) A descida do candidato às águas fala da
nossa morte com Cristo; b) A imersão nas águas está relacionada com o nosso
sepultamento com Cristo; e c) O levantamento das águas representa a nossa
ressurreição com Cristo em novidade de vida (Rm 6.3,4). Um dos propósitos do
batismo em águas é simbolizar a morte, sepultamento e ressurreição do novo
crente e sua nova vida em Cristo.
V – A CIRCUNCISÃO E O BATISMO EM ÁGUAS
O batismo em águas através do
arrependimento substituiu na Nova Aliança em Cristo, o sinal de pacto com Deus
que a circuncisão representou no AT (Cl 2.11-12). Para o povo judeu a
circuncisão era a forma de “inserção” do indivíduo na comunidade judaica. Da
mesma forma, o batismo em águas é o meio de “inserção” do cristão na Igreja
como instituição. A comunidade cristã adotou o batismo com água em lugar da
circuncisão, por vários motivos. Dentre eles, podemos destacar:
O uso da água fazia parte da tradição de
purificação dos judeus. E, uma vez que a Igreja entendia que Cristo veio para
nos purificar de todo pecado e injustiça, nada melhor do que o uso da água para
a inserção nesta nova realidade de vida e fé (Nm 19.9; Ez 36,25); A circuncisão
excluía a mulher, uma vez que a mesma era um sinal no órgão genital masculino,
o batismo com água passou a incluí-la e colocá-la em termos de igualdade no
Reino de Deus; A circuncisão exigia o legalismo (observância irrestrita da lei)
como meio de salvação. A ênfase da circuncisão era a prática de obras para a
justificação. O batismo com água exige simplesmente a fé, confiança na graça de
Deus. Nele, os méritos humanos para a justificação são excluídos diante de Deus
(Ef 2.8-9); A circuncisão limitava o direito dos gentios (pessoas fora da
cultura judaica) em relação ao pacto com Deus. O batismo com água nivela a
todos, deixando-os iguais e com o mesmo direito diante de Deus (Gl 3.27-29).
CONCLUSÃO
O batismo em água é a porta de entrada
para agregar-se à igreja visível, terrena e local. Portanto, é indispensável
que todo convertido a Cristo seja assim batizado e integrado à vida da igreja
cristã local. O batismo não salva, no entanto, todos os que creem em Jesus para
sua salvação pessoal desejam descer às águas batismais em cumprimento ao
mandato de Jesus (Mc 16.16).
REFERÊNCIAS
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FONTE: IEADPE