Veterano líder mineiro pediu jubilação aos
79 anos após presidir Ministério por 36 anos
Na noite da última sexta (12), a Assembleia de Deus em Ipatinga e Coronel Fabriciano no estado de Minas Gerais viveu um dia marcante; após 38 anos à frente da Igreja, foi jubilado seu pastor presidente, Antonio Rosa da Silva. A notícia da jubilação tornou-se pública em janeiro do ano em curso quando em reunião do ministério local pastor Antonio Rosa entregou sua carta comunicando o desejo. A Assembleia Geral Extraordinária que marcou a transição de liderança do campo contou com membros e obreiros de toda região.
José Martins de Calais Junior é o pastor que foi eleito para dar continuidade ao trabalho valioso realizado pelo pastor Antonio Rosa e foi empossado na mesma reunião como novo Presidente do Campo. Informações dão conta de que na mesma data do culto de jubilação e posse, em reunião do Ministério realizada no período da tarde o pastor Jacy Augusto também apresentou seu nome para concorrer ao cargo, porém o nome aprovado foi o do pastor Calais que estava servindo como Vice-Presidente da referida Igreja.
Considerado um dos mais respeitados e antigo líder da denominação no estado de Minas Gerais, pastor Antonio Rosa da Silva que presidiu a AD em Ipatinga e Coronel Fabriciano de 22 de maio de 1978 a 12 de fevereiro de 2016 é também o 3º vice-presidente da Convenção de Ministros das ADs no vale do Rio Doce (COMADEVARDO), presidida pelo pastor Adão Alves de Araújo.
QUEM É ANTONIO ROSA DA SILVA:
Nasceu dia 03 de maio de 1937, na localidade de Água Parada, então município de Mesquita (MG). Filho de Joaquim Antônio Rosa e Maria Rosário. Ainda novinho, os pais faleceram sendo então criado pelos avós João Maria da Paz e Josefina Pedro da Silva.
Ao atingir certa idade, foi estudar em uma escola distante, cerca de doze quilômetros de sua casa. Saindo de férias voltou para casa da avó, e lá encontrou vários membros da família convertidos ao Evangelho. Convidado a aceitar a Cristo, recusou, pois o seu alvo era estudar e mais tarde tornar-se padre. Seus parentes tanto insistiram com ele que, ao cabo de vinte dias, tomou a sua decisão ao lado de Cristo. Este fato ocorreu dia 25 de novembro de 1951, numa escola dominical, quando contava apenas quatorze anos de idade.
Ao retornar à escola, o inspetor que era muito amigo de seus avós, chamou-o lhe disse: – “Antônio, você é muito inteligente. Deixa de lado esta religião, que eu farei todas as despesas de seus estudos, inclusive custeio a sua pensão na cidade de Mesquita, e você poderá concluir os estudos gratuitamente”. Com esta proposta voltou à casa da avó Josefina, que lhe respondeu da seguinte maneira: “Meu filho, se for para você fazer isso, confie em Deus e Ele te ensinará o resto e cuidará de ti. Nunca troque a sua fé por melhor que seja a oferta”. Antônio então decidiu continuar firme em seu propósito de servir a Deus.
Aos 26 de outubro de 1952, foi batizado nas águas em sua terra natal, pelo pastor José Alves Pimentel, e batizado com o Espírito Santo dia 23 de junho de 1953. Logo nos primeiros dias de sua fé, começou a cooperar na igreja, auxiliando na escola dominical, pregando a Palavra de Deus e dirigindo cultos. Nessa época, dirigiu as congregações de Naque, Naquinho, Gama e Queroga.
Jovem, ainda, exerceu o cargo de tesoureiro no período de fevereiro de 1960 a janeiro de 1962, na congregação de Cava Grande, então dirigida pelo irmão José Pereira Santiago. Nessa época, trabalhava como escriturário na Companhia Florestal Acesita (CAF). No dia 13 de fevereiro de 1962 consultado pelo pastor Pimentel se gostaria de trabalhar na obra de Deus, respondeu afirmativamente, saindo decidido em direção a empresa onde trabalhava para pedir demissão. Seu chefe, foi tomado de surpresa, pois o rapaz era um bom funcionário, e estava ganhando relativamente bem. Mas ante sua firme decisão, o chefe do escritório não teve alternativa senão dispensá-lo da empresa, mas disse-lhe que em qualquer época, se necessário fosse, as portas do emprego estariam abertas novamente para ele.
Com uma pequena mala nas mãos, e munido de uma carta de recomendação assinada pelo seu pastor, partiu para a cidade de Mesquita, dando início ao seu ministério. De lá, atendia as congregações e pontos de cultos nas localidades de Brejaúba, Burrinho, Córrego Alto de Joanésia, Porto das Canoas e Salto Grande. Nessa época, quase não havia meio de transporte, e os obreiros enfrentavam muita dificuldade para se deslocarem em seus campos de trabalho. Por esta razão o pastor Pimentel autorizou a compra de um cavalo para o seu transporte. A referida compra foi efetuada pelo irmão Josias Pereira Santiago, então dirigente da igreja de Cachoeira Escura.
Em junho de 1962, Antônio Rosa ficou noivo da jovem Luzia Ramos a qual havia conhecido no povoado de Naquinho. Em 11 de agosto de 1962, os dois jovens se casaram no bairro Melo Viana, em cerimônia dirigida pelo pastor Pimentel.
De Mesquita, Antônio Rosa e sua esposa vieram para Ipatinga. De início começou cooperando com o dirigente local, presbítero José Pereira da Silveira. Com a mudança do irmão Pereira para Joanésia, o trabalho em Ipatinga ficou na sua responsabilidade.
Sua consagração ao ministério de evangelista, ocorreu no ano de 1963, sendo que antes, ele atuava como evangelista autorizado. Em dezembro de 1964, foi designado para dirigir a igreja em Senador Melo Viana. Lá desenvolveu um grande trabalho, período em que a mesma cresceu em vários aspectos. Sob a sua direção foi inaugurado o templo da AD local, em festividade ocorrida dia 06 de novembro de 1966.
Dia 24 de março de 1971, durante uma escola bíblica e convenção em Belo Horizonte, foi ordenado pastor, por indicação de Pimentel.
Em fevereiro de 1972, o pastor Adalberto Paes Campos que até então exercia o cargo de vice-presidente do campo, mudou-se para Betim (MG). Em reunião para a escolha do novo vice-presidente, Antônio Rosa foi escolhido e eleito por unanimidade. No ano de 1973, após oito anos de trabalho em Melo Viana, foi designado para pastorear a igreja de Vila Celeste. Transferido logo depois para a igreja central em Ipatinga, onde até hoje permanece seguindo a orientação de Deus.
Durante seis anos, isto é de 1972 a 1978, atuou com muita dedicação e humildade, sob a liderança do veterano pastor Pimentel. Com o afastamento do pastor-presidente por motivo de enfermidade, assumiu a direção do campo de Coronel Fabriciano, com total apoio do ministério.
Dia 14 de maio de 1978, a igreja em Coronel Fabriciano viu partir para o descanso eterno seu querido pastor Pimentel. Antes de seu falecimento, entregou a direção do campo ao pastor Antônio Rosa, que deu prosseguimento à obra de Deus.
Em assembleia geral extraordinária realizada dia 22 de maio de 1978, presidida pelo pastor Salatiel Fidélis, foi empossada a nova diretoria da igreja, tendo sido o pastor Antônio Rosa eleito como o novo presidente.
Durante seus cinquenta e dois anos como ministro do Senhor e trinta e oito como presidente da igreja, tem enfrentado muitas lutas, provações tremendas e as mais diversas enfermidades, mas Deus tem estado ao seu lado, dando-lhe vitória em tudo.
Um dos fatos marcantes de sua vida ocorreu em 1953, em São Sebastião de Braúnas, município de Belo Oriente. A pregação da Palavra de Deus era novidade em muitos lugares e os católicos não toleravam os evangélicos. Por essa razão, promoviam muitas perseguições aos crentes, sob a liderança dos padres. A irmã Joana Pereira do Nascimento, sua tia, havia falecido. Por ser crente, foi impedido de ser sepultada no cemitério local, que era considerado um lugar sagrado para os católicos. O padre que estava em seu ofício, ao saber que uma crente da Assembleia de Deus estava sendo enterrada, foi até ao cemitério, acompanhado do Juiz de Paz, e proibiu o sepultamento. O que aconteceu logo a seguir foi um intenso debate que durou 3 horas. O padre queria que eles dissessem que a irmã Joana não era crente, para que pudessem sepultá-la. Mas os parentes, que já eram convertidos, reafirmaram a opção de nossa irmã que em vida havia sido uma crente fiel, desde que aceitara a Cristo como o seu Salvador. O corpo da referida irmã, já estava no fundo da cova, e os católicos já haviam jogado um pouco de terra, como era de costume entre eles. Diante da afirmação dos irmãos, o referido padre então mandou retirar o caixão, e enterrar do lado de fora do cemitério. Os irmãos ficaram desapontados e foram buscar recursos em Belo Horizonte, mas os advogados aconselharam a fazer uma pequena cerca ao redor da cova da irmã Joana, e plantar algumas flores. Assim os irmãos fizeram. Com o passar dos anos foi necessário ampliar o cemitério, e a cova da tia do pastor Antônio acabou ficando dentro do tão polêmico cemitério. O Juiz de Paz que se chamava Bernardino Nunes Pereira, anos depois se converteu e se tornou um ardoroso pregador do Evangelho.
Em todos estes anos de labor na obra do Senhor, o pastor inaugurou inúmeros templos, consagrou centenas de obreiros, um incalculável número de pessoas que ele batizou em águas, enfim uma infinidade de obras que só a eternidade poderá revelar.
Uma de suas mais importantes realizações foi a construção do novo templo-sede da igreja em Ipatinga, inaugurado em 13 de outubro de 1984. O pastor Antônio Rosa, quase não pode estudar, mas em sua carreira ministerial, participou de diversos cursos e seminários. Estudou teologia na Escola Bíblica Bereana (RJ); fez o curso teológico da Escola Bíblica Permanente Sião, extensão de Governador Valadares e o curso teológico da EETAD. Participou do CAPED por cerca de três vezes, participou de um seminário para pastores brasileiros, na Universidade Hebraica de Jerusalém, além de participar há cerca de quarenta anos da Escola Bíblica de Obreiros em Belo Horizonte. Em 31 de outubro de 1997, recebeu o título de Doutor em Divindade, concedido pela Escola Superior de Estudos Teológicos, de Gênova, Suíça.
Ao longo de sua carreira ministerial, procurou prestigiar os principais eventos de nossa denominação. Em julho de 1967, participou da 8ª Conferência Mundial Pentecostal, realizada no Rio de Janeiro. Compareceu às assembléias ordinárias da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, realizadas nas cidades de: Niterói (RJ), Natal (RN), Santo André (SP), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte, Vila Velha (ES), Anápolis (GO), Salvador (BA), São Paulo (SP), Cuiabá (MT), novamente Belo Horizonte, novamente São Paulo, Brasília (DF), Maceió (AL), Rio de Janeiro e Porto Alegre e novamente São Paulo. Participou da comemoração do Jubileu de Ouro das AD em Minas Gerais, realizada em 1977 na capital mineira. Participou do Jubileu de Diamante das AD no Brasil, em novembro de 1986, na cidade de Belém do Pará. Esteve também em São Paulo, em setembro de 1997, no 2º Congresso Mundial das Assembléias de Deus. Além destes eventos, viajou muito para atender convocações de conselhos da EETAD e da CGADB, como também da mesa diretora da Convenção Estadual.
Em 1988, em companhia dos pastores José Wellington, Horácio da Silva Júnior, entre outros, visitou Israel e o Egito. Na chamada Terra Santa, passou momentos de profunda emoção, ao visitar diversos locais mencionados nas Escrituras Sagradas.
Antônio Rosa é um pastor muito estimado por todos que o conhece. A demonstração do alto conceito que ele desfruta nas Assembleias de Deus do Vale do Aço, do estado de Minas Gerais e no âmbito nacional, são os cargos que ocupa e desempenha com eficiência, os quais passamos a enumerar:
Como ele mesmo faz questão de dizer: Salvo na Pessoa de Jesus, pastor da Igreja Assembleia de Deus, presidente das Assembleias de Deus, diretor do Núcleo 325 da EETAD, diretor do Programa “Mensagem Pentecostal” na TV Cultura, presidente do Departamento de Missão Boas Novas, membro do Conselho Regional da Marcha para Jesus. Além ainda como, presidente de honra da Associação Evangélica de Melo Viana, segundo Vice-presidente da comissão de construção do Centro de Convenções das AD em Minas Gerais e membro há vários anos do Conselho consultivo da EETAD.
Também já ocupou importantes cargos em outras oportunidades, tais como: presidente da Ação Evangélica, 2º tesoureiro da Sub-Convenção do Vale do Rio Doce, vice-presidente e presidente da referida convenção, vice-presidente da convenção mineira (por mais de vinte anos), 2º secretário do Conselho Regional Sudeste da CGADB. Também é membro do conselho “Alimento para o povo de Ipatinga”, membro da Comissão Conciliadora da Convenção Mineira e membro da defesa civil de Coronel Fabriciano, além de exercer outras atividades inerentes à sua função pastoral.
Em reconhecimento ao seu brilhante trabalho ao longo dos anos no Vale do Aço, foi homenageado em diversas ocasiões:
- Em 04 de maio de 1985, recebeu o titulo de Cidadão Honorário de Coronel Fabriciano, através de projeto-lei do vereador Sílvio Bartolomeu Pereira.
- No ano de 1988, recebeu a medalha da Ordem do Mérito Legislativo através de uma indicação deputado José Maria Pinto.
- Através de uma indicação do vereador Carlos Alberto Lima ele recebeu o titulo de Cidadão Honorário de Ipatinga, no dia 1º de dezembro de 1995.
- Em 05 de julho de 2001, recebeu o título de Cidadão Honorário de Belo Oriente.
- No dia 18 de abril de 2002 recebeu o título de Cidadão Honorário de Santana do Paraíso.
- No dia 06 de dezembro de 2002, recebeu o título de Cidadão Honorário de Naque.
- No dia 30 de outubro de 2003 recebeu o título de Cidadão Honorário de Mesquita.
- Em 1º de maio de 2004 foi a vez de Dores de Guanhães oferecer-lhe o título de Cidadão Honorário.
- Em 28 de agosto de 2005 recebeu o título de Cidadão Honorário de Santa Efigênia de Minas.
Além destes títulos honorários, recebeu em duas ocasiões a medalha de Mérito concedido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais; Comenda Berg e Vingren, concedido pela CGADB; Diploma de Honra ao Mérito também concedido pela CGADB; Certificado de Amigo da Policia Militar de Minas Gerais, concedido pelo 14º Batalhão. Também recebeu homenagem do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga. Por último no dia 17 de junho de 2008 foi homenageado pela Prefeitura Municipal, quando foi inaugurada a “Escola Municipal Pastor Antônio Rosa” no bairro Amaro Lanari. Em outubro próximo recebe o título de Cidadão Honorário de Açucena.
Antônio Rosa é autor de dois livretos publicados para fins evangelísticos, sendo: “Obediência, o melhor caminho” e “Calma, a vida é preciosa”, além do folheto “O Socorro de Deus”. Com estas obras, ele prossegue em seu ministério evangelizando pessoas das mais diversas camadas sociais onde quer que esteja. E não perde tempo mesmo!
Como presidente do Departamento de Missão Boas Novas, realizou viagens ao Paraguai, Argentina, Bolívia e Venezuela. Visitou também Portugal e Espanha. Em seu campo mantém missionários em vários países do mundo.
Atualmente, preside um campo composto de mais de 30 mil membros, e cerca de seiscentos obreiros que atuam em 250 congregações.
O pastor Antônio Rosa, é amado por milhares de irmãos em Cristo. Tem a simpatia e o respeito de inúmeros amigos, personalidades, autoridades civis, militares e eclesiásticas. Recebe o amor e carinho da sua querida família. Casado há quarenta e seis anos com a irmã Luzia Ramos da Silva, é pai dos seguintes filhos: Eunice, Ester, Léia, Eliezer, Eliezete, Eliene e Éber. O casal tem 10 netos: Elienai e Priscila (Eunice), Déborah e Aline (Ester), Franciele e Nataly (Leia), Thamires (Eliene), Gustavo e Lucas (Eliezer) e Jonatha (de Éber). O casal acaba de ganhar a primeira bisneta, Hávila (filha de Elienai).
Muitas outras coisas poderiam ser relatadas nesta síntese biográfica, porém o que já está registrado nestas páginas retrata muito bem a vida deste homem de origem humilde, mas que por sua dedicação, por seu trabalho incessante na obra do Senhor, foi colocado por Deus numa posição de destaque, embora ainda continue com a mesma simplicidade do início do seu ministério.
FONTE: Blog do Silas
FONTE: Blog do Silas