Faleceu na madrugada desta quarta-feira, 09 de setembro de 2015, aos 101 anos o pastor Enéas Tognini.
Pastor, professor, escritor, fundou o Seminário Teológico Batista Nacional (STBN) e a Igreja Batista do Povo. Avivalista, é reconhecido como um dos maiores responsáveis pelo movimento de renovação espiritual da Igreja Evangélica Brasileira e pela criação da Convenção Batista Nacional.
O corpo será velado na Igreja Batista do Povo, Rua Domingos de Morais, 1100, Vila Mariana, São Paulo – SP.
QUEM FOI ENÉIAS TOGNINI
Filho de pais italianos, mas nascido no interior de São Paulo, Enéas Tognini acompanhou – e ainda acompanha – os fatos e acontecimentos que marcaram o último século: da explosão da Primeira Guerra Mundial, em junho de 1914, à renovação espiritual adotada pelas igrejas evangélicas a partir da década de 1960. Aliás, o pastor batista é parte integrante dessa história; foi ele um dos – senão o maior – articuladores do avivamento que atingiu em cheio
os batistas, dividindo a denominação em dois grupos: tradicionais e renovados. Fundou-se, então, a Convenção Batista Nacional (CBN).
Desde que se converteu, aos 18 anos, sua vida sempre foi muito intensa – ou melhor, ungida, como ele gosta de frisar. De um ministério itinerante, percorrendo o país inteiro pregando a salvação pelo batismo no Espírito Santo, Enéas Tognini também fundou o Seminário Teológico Batista Nacional (STBN), que atualmente leva seu nome: STBNET; e, em duas oportunidades, presidiu a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Tudo isso, sem contar as inúmeras escolas teológicas onde lecionou sociologia, filosofia e teologia; e os incontáveis livros que escreveu, como Batismo no Espírito Santo, O Arrebatamento da Igreja, “Do Conselho do Senhor”, Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas, O Período Interbíblico: 400 Anos de Silêncio Profético, e o mais recente intitulado A Autobiografia. Foi, ainda, condecorado, confrade da Academia Evangélica de Letras do Brasil (AELB).
Em 1981, fundou a Igreja Batista do Povo em São Paulo, onde hoje é pastor emérito, tendo a presidido por quase duas décadas, quando transferiu o púlpito ao paranaense e seu “pupilo” Jonas Neves de Souza, que assim descreve o “mestre”: “Ele não é apenas um pastor, mas um homem que fez história. Isso, para nós, é a celebração de uma vitória; a vitória de pessoas honradas, responsáveis por fazer de uma igreja pequena o que somos hoje”. Uma perda: a morte de uma das três filhas no ano passado. Mas, ao lado das outras duas, da esposa e dos netos ele vai superando a dor, também tendo a lucidez, a determinação e, sobretudo, a fé como companheiras inseparáveis. E, a exemplo do passado, quando ele fala, as pessoas simplesmente param para ouvi-lo. “Temos chamados diversos locais e instituições de ‘igreja’, mas nem tudo é igreja. Ela precisa estar dentro dos princípios do Novo Testamento.