Fórum Político da CGADB discutiu a reforma do Código Penal Brasileiro, e elaborou a “Carta de Brasília”, documento que expõe posicionamento da instituição para ser encaminhado ao Congresso Nacional.
Pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da CGADB presidindo sessão com a presença da Frente Parlamentar Evangélica |
O Fórum Político da CGADB aconteceu na
noite de terça-feira, 09 de abril, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em
Brasília (DF). Foram discutidos pontos polêmicos do anteprojeto, do Senado
Federal, de reforma do Código Penal Brasileiro.
Após ampla discussão, o fórum
concordou em elaborar e redigir um documento expondo o posicionamento da
Convenção Geral das Assembleias de Deus para ser encaminhado ao Congresso
Nacional, após apreciação dos convencionais da 41ª AGO.
O documento elaborado pelos congressistas
representantes da denominação na Câmara Federal foi submetido à apreciação dos
convencionais e aprovado na manhã de sexta, 12 de abril, recebendo o nome de “CARTA DE BRASÍLIA”, para ser
entregue ao senador Pedro Taques (PDT/MT), relator da Comissão Especial do
Senado que discute o novo Código Penal.
O deputado federal Marcos Rogério
(PDT/RO), membro da Assembleia de Deus foi encarregado de apresentar, ao
senador Pedro Taques, que esteve presente ao fórum, os pontos considerados
polêmicos do novo Código Penal que a CGADB se posiciona de forma contrária. De
acordo com o parlamentar, o decreto que instituiu a Lei nº 2.848, de dezembro
de 1940, está ultrapassado e já passou da hora de ser modificado. Mas também
reconhece que alguns artigos ferem os princípios constitucionais de preservação
da família. Chegou a citar como exemplo, a descriminalização do aborto, a
sugestão de se regulamentar a eutanásia no Brasil, a criminalização da
homofobia, a legalização da prostituição (também das casas de prostituição) e a
descriminalização das drogas.
A Igreja se posiciona contra o aborto
e a favor da vida, mesmo nos casos em que é permitida por lei a retirada do
feto, comentou o parlamentar, que expôs os argumentos que motivam a Assembleia
de Deus a rejeitar a legalização da prostituição. Pela proposta do novo Código
Penal, menores a partir de 12 anos estariam liberados para a prostituição e a
decisão deles não seria crime. Vale ressaltar que houve uma proposta na Câmara
Federal, mas ela foi rejeitada, já que os deputados acreditaram que, se aprovada,
iria facilitar o tráfico de mulheres.
No fórum, o senador Pedro Taques se
comprometeu a ouvir e apreciar todos os argumentos que forem apresentados pela
CGADB. Mais de 500 emendas ao anteprojeto já foram apresentadas e todas foram
analisadas, disse o senador, e que até 17 de julho, vão acontecer audiências
públicas para discutir a proposta. Depois desta data será aberto um novo prazo,
para novas emendas. De acordo com o senador a matéria tramitará no Senado até
dezembro de 2013, indo em seguida para a Câmara, responsável por revisar o
texto.
Leia na íntegra o documento do Fórum
Político da CGADB:
Os ministros das
Assembleias de Deus no Brasil, reunidos na 41ª Assembleia Geral Ordinária da
CONVENÇÃO GERAL DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL (CGADB), nos dias 08 a 12 de
abril de 2013, acatando proposta do I FÓRUM POLÍTICO DA CGADB, diante das
iniciativas de segmentos liberalistas que defendem a destruição de valores
éticos e morais, conquistados ao longo dos séculos, como apanágio da
Democracia, vêem a público para MANIFESTAR SEU POSICIONAMENTO cristão e ético
com relação às seguintes ameaças de caráter constitucional, ideológico,
filosófico e social, contra os valores e princípios morais, nos seguintes
assuntos:
I – CONTRA O DIREITO
NATURAL À VIDA
O artigo 5°. da
Constituição brasileira garante “a inviolabilidade do direito à vida”, bem como
a outros direitos essenciais à liberdade e a igualdade entre a sociedade.
1. ABORTO – O
anteprojeto do “Novo Código Penal Brasileiro” (NCP) prevê a descriminalização
do aborto, banalizando a destruição de seres humanos, no ventre materno. É uma
terrível agressão ao direto natural à vida. Esse anteprojeto prevê, em seu
Artigo 128: “Não há crime de aborto se: … IV – por vontade da gestante até a
12ª semana da gestação, quando o médico ou psicólogo constatar que a mulher não
apresenta condições de arcar com a maternidade."
- A CGADB é contrária
a essa medida, por resultar numa licença ao direito de matar seres humanos
indefesos, na sacralidade do útero materno; em qualquer fase da gestação, por
ser um atentado contra o direito natural à vida. A palavra de Deus diz: “… e
não matarás o inocente” (Ex 23.7).
2. EUTANÁSIA E
ORTOTANÁSIA – O anteprojeto do Novo Código Penal prevê, em seu Art. 122, que “Matar,
por piedade ou compaixão, paciente em estado terminal, imputável e maior, a seu
pedido, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável em razão de doença
grave”. “Pena – prisão, de dois a quatro anos”.
§1º O juiz deixará de
aplicar a pena avaliando as circunstâncias do caso, bem como a relação de
parentesco ou estreitos laços de afeição do agente com a vítima.
- A CGADB é contrária
a essa medida e favorável à supressão do parágrafo primeiro, tendo em vista que
não existe direito de se tirar a vida, considerando que a vida é um direito
jurídico indisponível. Como cristãos, entendemos que vida é um dom de Deus, e
só a Ele cabe o direito de dispor desse bem natural que é a vida.
II – LEGALIZAÇÃO DA
PROSTITUIÇÃO
1. CRIMES SEXUAIS
CONTRA VULNERÁVEIS. O anteprojeto do NCP prevê, em seu Art. 188: “Constranger
alguém que tenha até 12 anos à prática de ato libidinoso, diverso do estupro
vaginal, anal ou oral. Pena – Prisão, de quatro a oito anos”. Na legislação
atual, a idade mínima para considerar-se vulnerável é de 14 anos.
- A CGADB é contrária
à redução da idade para a penalização de crimes sexuais contra vulneráveis, por
entender que a Sociedade Mundial de Pediatria considera “criança” o indivíduo
de até 14 anos. A criança é objeto de elevada valorização por parte de Nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo, quando expressou: “Deixai vir a mim os meninos…
pois dos tais é o Reino de Deus” (Mc……..). Concordar com essa previsão legal é
concordar com o incentivo e a legalização da pedofilia.
2. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO
DE MENORES. O Art. 189 da proposta do NCP não penaliza a submissão, a indução,
a atração e a exploração de pessoas com mais de 12 anos, para a prática da
prostituição.
- A CGADB é contrária
a essa medida, por ser um incentivo à prostituição, que é uma atividade
degradante, que avilta a dignidade do corpo humano, criado por Deus, para ser
“templo do Espírito Santo” (1 Coríntios 6.19,20).
3. “PROFISSIONAIS DO
SEXO”. O anteprojeto do NCP prevê legalização de casas de prostituição, bem
como dos chamados “profissionais do sexo”, atividade hoje considerada ilegal.
- A CGADB é contrária
a tal proposta, pois a prostituição é atividade degradante, que se caracteriza
pelo vil comércio do corpo, em total afronta aos elevados princípios morais que
norteiam os costumes de povos civilizados. Como cristãos, temos total repúdio à
prostituição, por se considerado grave pecado à luz da palavra de Deus.
(…………………). Concordar com tal medida é equiparar a prostituição a qualquer outra
atividade honrosa e lícita, desenvolvida pelos cidadãos de uma nação.
III – CONTRA A
FAMÍLIA
1. UNIÃO ESTÁVEL E
CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO.
1.1. O Supremo
Tribunal Federal aprovou a união estável de pessoas do mesmo sexo,
considerando-a “entidade familiar”, em dissonância com o Art. 226, da
Constituição Federal, que reconhece “entidade familiar” a união entre homem e
mulher, inclusive a “união estável”, entre homem e mulher, para efeito da
proteção do Estado.
1.2. O Projeto de Lei
122/ 2006, no Art. 16, parágrafo 5º, prevê punição, com 2 a 5 anos de prisão,
para quem discordar da prática homossexual; e considera constrangimento, “de
ordem moral, ética, filosófica ou psicológica”, no Art. 20, parágrafo 5º,
- A CGADB é contrária
a tais propostas, visto que, a equiparação da união sexual entre pessoas do
mesmo sexo a “entidade familiar” afronta a Constituição e, acima de tudo, por
ir de encontro ao princípio bíblico para o casamento, que deve ser constituído
pela união entre um homem e uma mulher, conforme Gênesis 1.27 e 28;
- Deus fez o casal,
formado de “macho e fêmea; prever punição para quem discordar da prática ou
união homossexual, por motivo de ordem ética ou filosófica, é instituir o
“delito de opinião”, que só existe nas piores ditaduras..
IV – A FAVOR DA
DESCRIMINALIZAÇÃO DAS DROGAS
1. LEGALIZAÇÃO DAS
DROGAS. O anteprojeto do “Novo Código Penal”, em tramitação no Senado propõe a
liberação de certa quantidade de droga por indivíduo, durante 5 (cinco) dias,
bem como o cultivo para consumo próprio.
- A CGADB é contrária
a qualquer forma de liberação ou descriminalização de drogas por entender que
essa medida enseja a possibilidade de maior circulação das drogas, além de não
haver evidência científica de qualquer benefício real ao usuário; Países que liberaram
as drogas colheram péssimos resultados morais para a sociedade, e estão
rediscutindo tais medidas liberalistas.
Brasília, 12 de abril
de 2013
Mesa Diretora da CGADB
Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil
Mesa Diretora da CGADB
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